Gerando energia a partir do calor
Agora cientistas das universidades do Oregon, Estados Unidos, e do Conselho de Pesquisas da Austrália, trabalhando conjuntamente, descobriram não apenas como recuperar essa energia perdida pelos motores a combustão, mas também como retirar energia das fontes geotérmicas, uma forma de geração de energia limpa e renovável disponível em áreas vulcânicas.
Os cientistas criaram um novo tipo de material termoeléctrico - ou material termogerador, capaz de converter calor em energia eléctrica - utilizando nanofios. "[...] dispositivos termoeléctrico nanoestruturados poderão ser práticos para aplicações como a recuperação do calor perdido nos motores de automóveis, resfriadores construídos directamente dentro dos chips e refrigeradores domésticos mais compactos e silenciosos," explica Heiner Linke, um dos cientistas.
Ele e seu colega Tammy Humphrey descobriram que dois objectos podem ter diferentes temperaturas e ainda assim manterem o equilíbrio mútuo em nanoescala. Esse é um fenómeno crucial para que se possa atingir o desempenho necessário para o uso prático dos materiais termoeléctricos na produção de energia eléctrica e na refrigeração.
Materiais termoeléctricosOs materiais termoelétricos tentam recuperar essa energia convertendo-a em electricidade. Mas eles não funcionam muito bem se o fluxo de calor for descontrolado. A descoberta feita por Humphrey e Linke envolve justamente o controlo do movimento dos electrões, utilizando materiais que são estruturados em nano-escala.
Eles demonstraram que, se uma tensão eléctrica for aplicada a um sistema eléctricos que tiver uma diferença de temperatura, é possível controlar electrões que tenham uma energia específica. Isto significa que, se o material nano-estruturado for projectado para permitir apenas o fluxo desse tipo de electrões, atinge-se um novo tipo de equilíbrio, no qual os electrões não migram espontaneamente do quente para o frio.
Como o sistema não ficará verdadeiramente em equilíbrio, o fluxo de eléctrons pode ser revertido, permitindo que um equipamento funcione na eficiência máxima possível. Para os motores de carro, essa eficiência máxima teórica é conhecida como limite de Carnot.
Os investigadores acreditam que a tecnologia actual já possibilita que os materiais nanoestruturados atingem já 50% do limite de Carnot. Os mais eficientes materiais termoeléctricos conhecidos hoje atingem apenas 15% desse limite.
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